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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Tonlé Sap Lake

Terminámos a visita a Siem Reap com um passeio de barco no Tonlé Sap Lake onde conhecemos as Floating Villages.

Este lago, conhecido como o "Grande Lago" é, de facto, o maior lago de água doce do Sudeste da Ásia, de grande importância ecológica pois é a partir dele que grande parte do país obtém água e peixe (principalmente peixe-gato). Está ligado ao grande Rio Mekong. Para além do seu tamanho, este lago tem duas características distintivas de todos os outros: o seu fluxo de água muda de direcção duas vezes num ano e existe um grande diferença entre o seu caudal na época seca e na época das chuvas ou monções, sendo que na transição da primeira para a segunda o nível da água chega a subir cerca de 8 metros e o seu caudal aumenta entre 10 000 a 20 000m2, inundando tudo em seu redor por vários km, destruindo casas, plantações e pasto. Desta forma, é facilmente compreensível que é na época seca que este povo mais trabalha e armazena, como forma de conseguir sobreviver à época das chuvas. Na altura em que viajei estávamos mesmo na transição entre a época seca e a época das chuvas pelo que apanhei este lago ainda muito "seco". A própria viagem de barco foi uma aventura pois dado o baixo caudal do Lago, em várias porções era difícil a circulação dos barcos nos dois sentidos e por isso tivémos que fazer várias pausas ao longo do trajecto.



Ao longo de toda esta superfície aquática, vários habitantes construíram habitações e comércio (em grande parte relacionado com a pesca) sobre estacas na água, conhecidas como as Floating Villages. Sendo um povo muito pobre, fiquei especialmente impressionada com duas situações: mulheres a "oferecerem" bebés aos turistas,  em bacias a flutuar no lago, com a desculpa que não têm possibilidade de as sustentar ou crianças a viverem de perto com cobras e crocodilos, tal qual animais de estimação. Na terceira foto reparem bem e vão ver que a criança tem uma cobra enrolada ao seu pescoço como se fosse um colar!



Confesso que esta visita me chocou, particularmente, pela pobreza e pelo modo de vida desta gente. Contudo são estes contrastes com que nos deparamos, que nos fazem dar valor à nossa realidade e fazem parte do enriquecimento que trazemos connosco no regresso a casa e para o resto da nossa vida!

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