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quarta-feira, 6 de março de 2013

Veneza

Palavras para quê? Veneza é uma cidade realmente única e diferente de tudo o que vi até hoje, como se fosse uma realidade à parte, onde cada pormenor é incomparável! Fiquei completamente rendida aos seus encantos e não me importava nada de lá voltar as vezes que se proporcionarem.
 
Comecei a minha viagem por Veneza percorrendo a linha n.º1 dos Vaporetto, que me permitiu desfrutar de um passeio ao longo do Grande Canal. Numa primeira parte passamos pelos bairros de Cannaregio e Santa Croce onde vamos observando vários hotéis, igrejas e palácios. 

 



A zona de Rialto, no Bairro de San Polo, corresponde ao centro de Veneza e foi uma das primeiras zonas a ser habitada. É a zona mais comercial da cidade e onde encontramos o conhecido mercado de fruta e legumes, a Erberia, e o também famoso mercado de peixe, a Pescheria, atracção para muitos visitantes. A Ponte di Rialto é uma ponte de pedra que atravessa o Grande Canal nesta zona. A sua construção foi feita após a derrocada e vandalismo de outras pontes e acessos de madeira para travessia e terminou em 1591. Desde esta altura até cerca de 1854, esta ponte era a única forma de atravessar o Grande Canal e chegar à outra margem de Veneza. Aqui encontramos uma série de lojas e comerciantes de rua e foi aqui que não resisti em comprar uma máscara típica de Veneza para colocar na minha parede de viagens :)
 
 




Do cimo da Ponte de Rialto temos uma boa perspectiva da particularidade desta cidade e da sua "vida" bem peculiar, principalmente quando comparada com o que estamos habituados no nosso dia-a-dia. Aconselho a ficarem aqui um pouco apenas a observar um pouco do frenesim que acontece nesta zona.

 


Depois de Rialto há que percorrer a segunda metade do Grande Canal.
O Bairro de Dorsoduro é uma zona animada onde encontramos o Campo de Santa Marguerita, o maior espaço aberto da cidade de Veneza, onde durante o dia decorre o mercado e onde à noite os estudantes da Universidade de Veneza se juntam para conversar nos vários cafés. É também nesta zona que se encontra a Accademia, uma galeria onde encontramos várias obras de arte pertencentes a estilos como o Bizantino, o Barroco e o Renascimento.
Aqui, uma outra atracção é a Igreja Santa Maria della Salute, cuja construção e nome advêm de uma forma de agradecimento pela salvação de Veneza na época da peste negra. Mais de um milhão de pilares em madeira sustentam o peso desta imponente igreja de estilo barroco. Todos os anos, no mês de Novembro, vários cidadãos devotos peregrinam até esta igreja e acendem velas como forma de celebração.




Ao aproximarmo-nos do Bairro de São Marcos vão-nos sendo reveladas vistas deslumbrantes desta zona por isso estejam atentos! É difícil explicar  a sua grandiosidade mas acreditem que a expressão "coração da cidade" assenta-lhe muito bem! 
Para chegar a esta praça saímos na estação do Vaporetto "San Marco Vallaresso", situada logo após o Harry's Bar, um bar fundado em 1931 e conhecido pelos seus cocktail's que desde sempre atraiu gente famosa como Ernest Hemingway e hoje em dia é atracção para muitos turistas. Saíndo nesta estação encontramos um posto de turismo mesmo em frente e caminhando um pouco à direita entramos na Piazzetta onde vemos duas altas colunas, estando São Marcos tipificado numa estátua branca na coluna da esquerda e um leão alado (o leão é o animal símbolo do santo São Marcos) na coluna da direita. Neste corredor vislumbramos, de imediato, as mais belas construções arquitectónicas de Veneza e do mundo: à direita encontramos o Palácio Ducal (ou Palácio dos Doges) seguido da Basílica ou Duomo de Veneza e à esquerda La Zecca - a casa de cunhagem da cidade até cerca de 1870 - seguida da Libreria Sansoviniana - a biblioteca Nacional de São Marcos - e uma torre laranja denominada Campanile. Olhando ao fundo da Piazetta vemos a Torre dell'Orologio, construída no século XV, cujo relógio dourado e azul apresenta as fases da lua e os signos do zodíaco, feito a pensar nos navegadores. Segundo uma lenda foram retirados os olhos aos seus inventores, após a sua construção, de forma a cegá-los para que não pudessem fazer uma réplica! Por cima do relógio vemos o leão alado de São Marcos e no cimo da torre duas figuras conhecidas por "Mouros" que batem o sino para dar as horas.
  
 

 
Esta é a vista do Duomo sobre a Piazetta.













A majestosa Praça de São Marcos, um campo aberto outrora palco de inúmeras eventos como procissões, cortejos, reuniões e celebrações várias, foi apelidada como "a mais elegante sala de recepções na Europa", expressão atribuída a Napoleão Bonaparte. Hoje em dia é, sem dúvida, o ponto mais turístico de Veneza e encontra-se repleta de restaurantes e cafés com agradáveis esplanadas exteriores para além de diversas lojas de marcas de luxo, mundialmente famosas. Esta é a zona mais baixa da cidade pelo que é a primeira a inundar quando chove muito ou quando aumenta o caudal do Mar Adriático.


O Duomo de Veneza é a mais famosa Basílica da cidade e uma uma das mais bonitas de todo o Mundo. Combinando vários estilos arquitectónicos do mundo ocidental e oriental, a planta da Basílica apresenta a forma de uma cruz grega e a sua construção foi inspirada na Igreja dos Apóstolos de Constantinopla. Na antiguidade, era a Igreja privada dos Doges e todos os barcos que regressavam do estrangeiro tinham por obrigação que deixar uma oferenda para adornar a Basílica. A fachada dos portais da Basílica está adornada com fabulosos mosaicos de diferentes épocas e no alto da sua entrada encontramos os cavalos de São Marcos, réplicas dos originais em bronze que se encontram no seu interior. No topo da entrada está uma estátua de São Marcos rodeado de estátuas de anjos. O interior da Basílica, desde o pavimento às suas cúpulas e ao altar (onde se encontram os restos mortais de São Marcos), é de uma riqueza e beleza sem igual e, infelizmente, é proibido tirar fotografias! A visita é gratuita e permite o acesso também ao Museu no seu interior (apenas a visita ao Tesouro é paga). Cuidado com o vestuário, pois como em qualquer outro local sagrado não é permitido entrar apenas com roupa de mangas cavas, decotes e saias ou calções acima do joelho. Vale mesmo a pena fazer esta visita!




A primeira estrutura da torre Campanário - o Campanile - serviu de farol para os navegadores e, na Idade Média, de cela para criminosos que eram  presos e deixados à morte. Contudo em 14 de Julho de 1902 ruiu e, através de donativos, deu-se a sua reconstrução e foi novamente inaugurado em 1912. Com uma altura de quase 100 metros, termina numa forma piramidal onde no topo está a figura dourada do Ancanjo Gabriel. Pagando bilhete, é possível subir ao cimo da torre de elevador, de onde vislumbramos toda a cidade de Veneza, Lagoa e ilhas adjacentes. São vistas verdadeiramente deslumbrantes!

 
 
 


A fotografia de cima mostra a vista cimeira sobre o Palácio dos Doges e a fotografia abaixo o mesmo plano sobre o Duomo de Veneza.


Fundado no século IX, o Palácio Ducal ou Palácio dos Doges, de arquitectura de estilo gótico, foi residência oficial dos governantes de Veneza antiga, os Doges, e antiga sede do poder político. A visita é paga e, tal como no Duomo, também é proibido tirar fotografias no seu interior, à excepção do pátio central ao ar livre. É neste pátio que encontramos a Escadaria dos Gigantes, símbolo do poder de Veneza, no cimo da qual ocorria a coroação dos Doges e onde encontramos duas estátuas de cada lado, uma de Marte e outra de Neptuno. Ao longo dos seus três pisos, as suas salas e átrios estão ricamente decorados e mostram bem a grandiosidade da magistratura dos Doges.


 
A visita ao Palácio incluiu também passagem pela famosa Ponte dos Suspiros e visita às prisões. A Ponte dos Suspiros, na altura desta viagem em reabilitação, é na verdade uma passagem entre o Palácio Ducal e o edifício da prisão, o primeiro no mundo a ser construído para tal fim. Curiosamente, o nome da ponte advém dos suspiros dos prisioneiros que ao atravessarem esta ponte tinham uma última visão do mundo exterior. O amante Casanova esteva aqui preso!
 
 
É também na Praça de São Marcos que podemos visitar o Museu Correr, segundo os peritos o mais importante museu da cidade de Veneza, repleto de obras de arte de valor incalculável, do qual fazem parte pinturas, esculturas, armas, moedas, mapas e outros objetos dos Doges.
 


Fora do Grande Canal, Veneza é um misto de estreitos canais aquáticos e pequenas ruas que vale a pena percorrer. Foi pelo meio delas que encontrei o Hard Rock Café onde tive que entrar e comprar a t-shirt de recordação para a minha colecção!



 
Aproveitando os Vaporetto segui ainda uma linha que me permitiu passear pela Lagoa de Veneza, ir às ilhas de Lido e Murano e fazer o circuito pelo exterior da cidade de Veneza, novamente até à Piazzalle Roma, de onde voltei a apanhar o transporte para Mestre. 


 
Para os viajantes que já conhecem Veneza espero, neste resumo, ter conseguido fazer um retrato fiel e à altura desta cidade. Para aqueles que ainda não tiveram oportunidade de visitar Veneza espero que tenham ficado curiosos e com imensa vontade de lá ir!
 
Deixando Veneza para trás rumei à região da Toscana, mas não sem antes fazer uma curta paragem em Padova. Até ao próximo post :)

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